Monday, October 12, 2009

O REFLEXO DO MAR




































Era uma vez umas férias numa ilha...

Em férias fui de passeio
Num belo barco de recreio
Sulcando água com a quilha
Junto à costa de uma ilha

Embriagado pela beleza
De toda aquela natureza
Elevou-se-me a alma no ar
Quando fixei o meu olhar
Na esplendorosa cor do mar

Foi em contemplação que te vi
Estás ao meu lado, sorris...
O que seria de mim, sem ti?
Provavelmente infeliz...


Drogado pelo azul forte
No barco sentado à beira
Agradeço à minha sorte
Ter visto o mar da Madeira

Pelo seu reflexo trespassado
Não pude deixar de suspirar
Se não me sentisse hoje amado
Deixar-me-ia ali afogar

Pela sua força atraído
Para terra dirigi o olhar
Tentando resistir ao pedido
Da alma ao seu reino entregar

Posso saltar para mergulhar
Tão profundo quando quiser
Mais forte que o poder do mar
É o amor de uma mulher


Dideros
10/06/94

Friday, January 2, 2009

Para a Gisela (colega do Técnico)



Com esse ar tão inocente
E essa imagem tão ligeira
Quem diria, minha gente
Que já és engenheira?

Há quem se surpreenda
Que de hoje em diante
Ela já não tenha emenda
E que a conclusão importante
Seja ela dar preferência
A esquecer a inocência

Tal como o pobre desgraçado
Está toda a gente à espera
Que ele seja despedaçado
Por uma verdadeira fera

Com carinho e amizade
Sem rancor, nem maldade

A. Chamusca
1992

Para ti...



Ainda ontem eras uma criança
Que simplesmente procurava
Um lindo sonho de esperança
E simplesmente não o encontrava

Um sonho não é realidade
E sem querer deixaste de procurar
Mas o que hoje é verdade
É que sem querer, foste encontrar
O tal lindo sonho de criança
Que te alimentava então a esperança

Eu tenho uma história parecida
Só com uma pequena diferença:
A realidade hoje tenho esquecida
E contigo vivo, o meu sonho de criança


Dideros
1992

Ao Alexandre Anacleto (colega do Técnico)




Estudar dá-me cabo da alma
Por isso arranjei notas graúdas
E com um bocado de calma
Atrás de bons copos, boas miúdas


A. Chamusca
1989

Ao João Pedro Jacinto (colega do Técnico)



Esta já não me foge da mão
Que eu não me chame João
Não sei se diga, se minta:
Finalmente encontrei a Jacinta...

A. Chamusca
1989

À Manuela Claro (colega de infância e do Técnico)

Estou no Técnico pelo conforto
Estou no Francês por desporto
E para não parar de pensar
Tiro uns cursos para colecionar...

A. Chamusca
1989

Ao Paulo Xavier (colega do Técnico)



O que era a vida sem os copos?
Dos copos para os copos...
O que interessa são os copos!
Tirando os copos, o que é que interessa?
A propósito, vai um copo?

A. Chamusca
1989

São



Conhece-mo-nos
Criá-mo-nos
Percebemo-nos
Aceitá-mo-nos

Eis em resumo
A nossa valência
O verdadeiro sumo
Da nossa existência

Sonhámos
Ajudá-mo-nos
Brincàmos
Complementá-mo-nos

Uma sã convivência
Digna de louvor
A melhor referência
Para um perfeito amor

Disto pouco se sabe
Disto pouco se vê
Ao futuro cabe
Dar-nos o que se prevê


Alexandre Chamusca
1987

Mulheres do Técnico...


No Técnico existem
Com o nome de mulheres
Para engenheiras serem
Evita-as se puderes...

Elas são:
Fogo que arde e não se vê
Pois no género só se lê
Em livros cinetíficos
E no género só muito específicos

São seres esquisitos
Que para raros serem
Têm todos os requisitos
Esperem nunca terem

De ver uma pela frente
Pois ela é fria e quente
E a uma vista alarmante
Segue-se um sentimento arrepiante

Tenham pena de mim
Sou homem e a chegar ao fim
Perdoem-me se me apaixonei
E por um bicho destes errei

Estou com a corda ao pescoço
Mesmo junto a um fosso
Tenho ao meu lado uma farfalhuda
Cruel engenheira cabeluda!

Adeus mundo cruel
Já que me destinaste
A este bicho fiel
Que tão bem ensinaste

Ela só pensa em casar
E eu em me matar
Se ela continuar assim
Pois teria um triste fim

Já não posso mais
Ela é demais
Fala-me em marrar
E a seguir em casar!

Ou depressa sou engenheiro
Ou fujo para o estrangeiro
Senão um dia ata-me
E ou caso ou matam-me!


Alexandre Chamusca
1989